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Será que o espaço-tempo é o mesmo para todos? Mais do que isso, o próprio tempo é real ou é uma ilusão?


O que são eventos

É bom adotar uma atitude filosófica frente à vida.

Digamos, por exemplo, que você esteja se candidatando a um emprego. Talvez você seja contratado, talvez não... o que acontecer, terá acontecido.

Mas o que significa "acontecer" no ponto de vista da física? O que constitui um "evento"?

Há conexões entre os eventos? Seriam os eventos mais fundamentais do que o espaço-tempo? Singularidades, como o Big Bang, seriam um evento ou alguma outra coisa? Existe evento em mecânica quântica?

O Instituto para Questões Fundamentais (FQXi), uma organização sem fins lucrativos formada por visionários em física, cosmologia e campos afins, anunciou uma competição que dará US$ 2 milhões para financiar projetos que investiguem "eventos" e tentem oferecer respostas a estas questões.

Eventos acontecem e não "desacontecem"

O que são eventos? Lançada a
Um cristal do tempo é uma entidade
 que poderá sobreviver ao fim do Universo.
[Imagem: Cortesia iStockphoto/M-X-K]
A realidade cotidiana parece ser, em grande parte, composta de eventos: coisas que acontecem e que não "desacontecem". Esses eventos separam o passado do futuro através do presente, no qual os eventos estão "acontecendo".

O mundo da física fundamental, no entanto, é bem diferente.

Na relatividade geral, por exemplo, evento refere-se simplesmente a um ponto do espaço-tempo, que pode ou não coincidir com alguma coisa acontecendo. A teoria não tem nenhuma entidade fundamental que corresponda a um evento que "acontece" ou não.

Na mecânica quântica, a medição de algo observável pode constituir um evento, mas esse processo está sujeito a diferentes interpretações teóricas e filosóficas. A função de onda em sua marcha - como a matéria e os campos gravitacionais na relatividade geral - não tem nenhum "evento" incorporado; eles devem ser identificados por referência a um laboratório ou outro observador macroscópico. Além disso, não está claro até que ponto os eventos no mundo macroscópico realmente devem ser considerados medições quânticas da variedade arquetípica estudada na literatura dos fundamentos quânticos.

Assim, as duas teorias fundamentais da física são, por si mesmas, "sem eventos", o que nos coloca a questão de como traçar uma conexão firme entre essas teorias e os eventos que compõem o que acontece na realidade que experimentamos.
Traçando essas conexões - e, nesse processo, analisando a noção de evento como ele aparece em diversas formas em toda a física - é o objetivo deste chamado aos cientistas. Para ajudar os menos inspirados, o chamado lista uma série de perguntas que serão bem recebidas nas propostas.

Eventos e a natureza do tempo
O que são eventos? Lançada a
Nas dimensões reguladas pela
mecânica quântica, o futuro afeta o passado.
 [Imagem: D. Tan et al. (2015)]

  1. Será o tempo um ordenamento externo dos eventos, ou será que o tempo emerge dos eventos?
  2. Como o fluxo do tempo emerge de uma sequência de eventos?
  3. Como eventos futuros diferem dos eventos passados?

Eventos em Mecânica Quântica

  1. O que, se existir, é um evento em mecânica quântica? Ou os eventos simplesmente emergem a partir da mecânica quântica? Se sim, como?
  2. Os eventos podem "desacontecer"? Em quais circunstâncias?
  3. Os eventos são fundamentais e primários, ou são emergentes?
  4. Há alternativas úteis em considerar os eventos como blocos de construção da realidade, como as relações, histórias, processos, correlações etc?
Eventos na Relatividade Especial e Geral e na Cosmologia

O que são eventos? Lançada a
Experimentos indicam que, se você 
ultrapassar a velocidade da luz,
você perderá seus dados.
 [Imagem: M. Bellini/National Inst. of Optics]
  1. O que é um evento na relatividade? Os eventos são relacionados?
  2. Os eventos são mais fundamentais do que o espaço-tempo?
  3. Qual é a relação entre os acontecimentos e a causalidade?
  4. Singularidades, como o Big Bang, são eventos ou alguma outra coisa?

Eventos na Teoria Quântica dos Campos e na Gravidade Quântica

  1. O que um detector de partículas realmente detecta - um evento ou algo mais complicado?
  2. Como é que um evento quântico acontece no espaço-tempo? Haverá novas questões em compreender eventos que surgem quando nos deslocamos da mecânica quântica para a teoria quântica de campos?
  3. Os eventos têm locais definidos no espaço e no tempo, ou são outra coisa?
  4. Podemos ter novos insights adotando abordagens holográficas ou AdS/CFT adotando uma perspectiva baseada em eventos?

Agora é só esperar que os visionários apresentem suas propostas e gastem os US$ 2 milhões de forma produtiva para conseguir responder ao menos a algumas destas questões.

Fonte: Inovação Tecnológica
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O "Deus das Lacunas" é uma falácia lógica e uma versão teológica do argumento da ignorância.  Nessa falácia, ignora-se a realidade e apela-se para uma explicação irracional. Segue um exemplo prático para entender esse argumento:
  • Um homem curou-se de um câncer e nenhum exame médico conseguiu explicar como isto aconteceu. Isso deve ter sido um milagre de deus. Sendo assim, deus existe.

Não foi levado em consideração que existem muitas características ainda não descobertas sobre o câncer e também sobre o homem que foi curado. O câncer poderia ter sido de uma forma fraca, que foi combatida pelo sistema imunológico, ou o homem pode ter alguma informação genética desconhecida que o torna seu corpo melhor em combater câncer.

Para Marcelo Gleiser, preencher tais lacunas com esse argumento divino pode ser um problema para a ciência, pois é a partir destes espaços em branco que se criam os questionamentos e a busca por respostas sobre o universo. Leia abaixo um trecho da coluna de Marcelo Gleiser para o blog NPR, What the 'God of the gaps' teaches us about science:
O Deus das lacunas: quando Deus é invocado para preencher os espaços no conhecimento científico. Uma abordagem teológica condenada e ultrapassada, mas que, mesmo assim, ainda está bastante viva nas mentes de muitos.
No Escólio geral, um tipo de epílogo do monumental Princípios matemáticos da filosofia matemática (aqui, uso uma tradução da 3ª edição por Ian Brice disponível na web, mas há outras), Isaac Newton escreveu:
"This most elegant system of the sun, planets, and comets could not have arisen without the design and dominion of an intelligent and powerful being.

And if the fixed stars are the centers of similar systems, they will all be constructed according to a similar design and subject to the dominion of the One ... And so that the system of the fixed stars will not fall upon one another as a result of their gravity, he has placed them at immense distances from one another."

(Este mais elegante sistema do Sol, planetas e cometas não poderia ter surgido sem o design e o domínio de um ser inteligente e poderoso.

E se as estrelas fixas são centros de sistemas similares, todas serão construídas de acordo com um design similar, estando sujeitas ao domínio Daquele... E para que as estrelas fixas não caiam umas sobre as outras como resultado de sua própria gravidade, ele as posicionou com imensa distância umas das outras).

Podemos ver atualmente como Newton fez uso direto da abordagem “O Deus das lacunas", onde Deus é invocado para explicar algo que a ciência não consegue. Em Newton, as coisas são mais complexas do que isso, dado que ele via o cosmos como impressão e manifestação diretas do plano e da mente de Deus. Talvez, de maneira chocante, para Newton – o arquiteto da mecânica e da lei universal da gravidade, co-inventor do cálculo e que descobriu algumas das leis fundamentais da ótica, inspirador do Iluminismo e do modelo de racionalidade – Deus fosse uma parte integral e essencial do universo.
Scientist Isaac Newton on an engraving from the 1800s.Claro, o contexto histórico era essencial aqui. A longa vida de Newton cobriu a segunda metade do século 17 e o começo do século 18, quando a divisão entre ciência e religião, e entre ciência e filosofia, ainda não era tão clara. Ironicamente, a divisão surgiu principalmente por causa do sucesso da extraordinária ciência de Newton: se era possível computar, com alta precisão, os movimentos de objetos celestes e terrestres, reduzindo o cosmos a partículas materiais que agem sob a influência de forças, tudo não poderia ser reduzido, incluindo as questões humanas?
O Deus de Newton se apertou em lacunas cada vez menores graças ao avanço da ciência que ele havia criado. Um exemplo famoso foi a formação do sistema solar, o sol, os planetas, cometas e luas, que, como vimos na citação acima, Newton atribuía à intervenção divina. O físico e matemático francês, Pierre-Simon Laplace – no início dos 1800 – propôs uma origem puramente física do sistema solar baseada na contração de uma grande nuvem de gás giratória, uma ideia muito próxima da que consideramos atualmente. A bola giratória se achataria nos polos e cresceria no plano do equador da nuvem, quebrando-se em anéis separados, de onde os planetas se formariam (a formação planetária é mais complexa do que isso).
A parte interessante desta história surge quando Laplace dá a Napoleão uma cópia de seu Mecânica celeste, descrevendo detalhadamente os movimentos dos planetas e cometas no sistema solar. Napoleão convida Laplace para ir ao seu palácio e, após parabenizar o sábio, expressa sua surpresa ao não ver Deus mencionado em seu manuscrito. A famosa resposta de Laplace diz tudo: “Senhor, eu não preciso desta hipótese."
Conto esta história, porque ilustra tão bem como a ciência se move. Claro, Laplace estava sendo arrogante, mas também estava sendo desonesto. Não porque ele precisava de Deus para explicar o que ele não sabia, mas porque há muitas coisas que ele não sabia. Por exemplo, ele não podia explicar de onde a nuvem de gás vinha. Teria Deus a colocado ali? Laplace não tinha nada disso, mas também não tinha uma resposta.
Levou um tempo para que a teoria moderna da cosmologia propusesse um mecanismo para a formação das estrelas e das galáxias, como uma combinação de ingredientes improváveis: matéria normal ou bariônica (coisas das quais somos feitos, como elétrons e prótons), matéria escura (coisas que são seis vezes mais abundantes do que a matéria, mas que ainda não sabemos a composição), energia escura (coisas que ainda não compreendemos realmente, mas que sabemos que estão lá e em quantidade dominante – em uma quantidade três vezes maior do que a matéria escura), e pequenas flutuações quânticas que presumimos existirem desde o início da história do universo. Uma vez que combinamos todos estes ingredientes – e eles são bem justificados a partir de observações – mesmo que a lista pareça bizarra, podemos reproduzir o universo de maneira muito próxima da que o enxergamos com nossas ferramentas.
A grande diferença entre Newton, Laplace e a cosmologia moderna é que não presumimos (ou não deveríamos) saber tudo que há para saber sobre o universo. Mesmo enquanto nos esforçamos para saber mais sobre a natureza – e é isso que a ciência deve fazer – também percebemos (ou deveríamos) a vastidão daquilo que não sabemos. Uma coisa deve ficar clara a todos que compartilham o grande desejo do cientista de aprender mais sobre o mundo: colocar o Deus nas lacunas na corrente atual de conhecimento certamente não expandirá nossa compreensão do universo. Por isso precisamos da ciência e de sua persistente abordagem moderna e secular.
Marcelo Gleiser é um físico teórico e cosmólogo - e professor de filosofia natural, física e astronomia do Dartmouth College. Ele é um prolífico autor de artigos e ensaios, e divulgador ativo da ciência para o público em geral. Seu livro mais recente é A Ilha do Conhecimento: os limites da ciência e da busca de sentido.

Traduzido e adaptado de: npr.
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Há algo no Universo que possa ser chamado de "Deus"?
Não há nenhum único significado para a palavra "Deus". A ideia de Deus e deuses foi evoluindo e transmutando-se muitas vezes ao passar de milênios, e ainda não acabou.
Todas as ideias tradicionais sobre Deus são comprovadamente insuficientes para o nosso tempo. Elas perpetuam conflitos ou deixam de inspirar suficiente para enfrentar os desafios existenciais do nosso mundo complexo e perigoso.
A autora Nancy Ellen fez a seguinte analogia:
As formigas são criaturas muito simples. Podem reconhecem uma dúzia ou mais de tipos de feromônios (moléculas de odor) e podem sentir onde esses feromônios estão mais intensos. Elas também podem captar a diferença entre duas formigas em um minuto em um conjunto de 200 formigas. Essa é a extensão de suas habilidades de comunicação individual. Mas se observamos 10.000 delas em uma colônia, uma lógica de "enxame" surgiu. colônia vai continuamente ajustando-se de acordo com o número de formigas procurando comida, baseadas no número de bocas para alimentar, no quanto de comida é armazenada já no ninho, na comida que está disponível nas proximidades, e se outras colônias estão também competindo essa comida. No entanto, nenhuma formiga entende nada disso.
A colônia pode projetar uma construção de um formigueiro tão alta quanto um homem e tão movimentada quanto uma cidade, no entanto, mesmo assim, ninguém está no comando. Alguns montes de formigas podem durar um século. Sobre sua vida, a colônia vai passar por fases previsíveis de desenvolvimento, desde a juventude agressiva à maturidade conservadora, até a morte.  Nenhuma formiga vive mais do que uma pequena fração desse tempo. Mas o que está acontecendo? De onde vem a lógica do enxame?
Isto Emerge da complexidade das interações entre as formigas. Uma colônia de formigas é  auto-organizável. A emergência é um conceito científico que atravessa muitos campos — na verdade, isso acontece em toda a evolução. Desde a formação de galáxias, a evolução da vida, o dobramento de proteínas para o crescimento das cidades, a ruptura do clima global, até o urgimento que cria a totalidade de novos fenômenos de interações das coisas mais simples.
Quase tudo o que nós humanos fazemos coletivamente gera um fenômeno emergente. Então, por exemplo, a troca de cosias entre pessoas levaram à economia global, um fenômeno emergente tão complicado e imprevisível, que não só ninguém sabe as regras, quanto alguns profissionais ainda não entraram em concordância sobre o  que essas tais  regras devem ser. O interminável esforço para levar as pessoas a se comportar decentemente em relação as outras gerou os governosNosso desejo inato de fofocas tem gerado a mídiaAs economias, os governos e os meios de comunicação são todos os fenômenos emergentes — como uma colônia de formigas. Eles seguem regras novas e complicadas que muitas vezes não podem ser derivadas do comportamento das partes que os compõem. Eles são reais e têm imenso poder sobre nós, mas eles não são humanos ou humanoides, mesmo que eles surjam de atividades humanas.
Mas nós, seres humanos não somos apenas os comerciantes, moralizadores e fofoqueiros. Abaixo desses comportamentos, tão profunda que distingue-dos outros primatas, está isso: nossas ambições. Ambicionamos coisas diferentes, mas todos ambicionamos. Nossas aspirações são tão reais quanto nós. Elas não são a mesma coisa que os desejos, como comida, sexo e segurança. Cada animal tem esses desejos de instinto. Ambições vão além das necessidades de sobrevivência. Nossas ambições são as que formam cada um de nós seres humanos e o indivíduo que somos. Sem aspirações, nós não somos nada além de carne com hábitos. Nós, seres humanos somos a espécie ambiciosa e podemos ter sido por centenas de milhares de anos.
Algo novo tem  emergido a partir da complexidade de escalonamento das aspirações de toda a humanidade, interagindo-nos. O que é esta coisa - esse fenômeno emergente, que é alimentado por e também alimenta as aspirações e ambições de cada ser humano? Isto não existia antes dos seres humanos evoluírem, mas agora está aqui, e cada um de nós está diretamente ligado a ela, simplesmente é um virtude do ser humano ter aspirações. Ele não criou o universo, mas criou o significado do universo, que é o que importa para nós. Ou seja, universo, espírito, Deus, criação e todos os outros conceitos abstratos que tomaram forma ao longo de inúmeras gerações, a medida que pessoas compartilharam suas ambições para compreender e expressar o que pode estar além do mundo visível. Este fenômeno emergente criou o poder de todas as nossas palavras e idéias, incluindo ideais como verdade, justiça e liberdade, que levaram milênios para esclarecer na prática, e que nenhum indivíduo jamais poderia ter inventado ou mesmo imaginado sem uma rica história cultural que tornou essa ideia possível.
Este fenômeno infinitamente complexo, que surgiu e continua a emergir de instante a instante, crescendo exponencialmente e mudando de forma com precisão, pode se dizer que existe no universo modernoÉ tão real quanto a economia, tão real quanto o governo. Não importa se você é Hindu ou cristão ou judeu ou ateu ou agnóstico, porque eu não estou propondo uma ideia alternativa religiosa. Estou explicando um fenômeno emergente que realmente existe em nossa imagem científica da realidade.Você não tem de chamá-lo de Deus, mas ele é real. E quando você procurar por um nome para isso, pode ser a única coisa que existe no universo moderno que pode ser digna de ser chamada de "Deus".
Nós, seres humanos estamos entrando numa era de enorme perigo. Caos e injustiça que inevitavelmente acompanhará o mudança global do clima e agora nós seres humanos não temos muito nos unido para enfrentar isso. Nossa espécie precisa todas as vantagem que possivelmente possa oferecer e paz entre a ciência e Deus, a paz entre a razão e o espírito, certamente seria vantajoso. Para milhões de pessoas racionais pensativas, não ter uma maneira de desenhar na sua força espiritual é uma tragédia.
A ideia de um Deus emergente desencadeia tantos tabus para os ateus como para os crentes. O fato é que Deus ainda é um conceito que não é falseável (a ciência ainda não pode colocá-lo a prova de testes falsos para que se torne um conceito real, científico) e o objetivo da ciência não é provar  a existência ou inexistência de Deus, não é do nosso feitio. Embora só reste para algumas pessoas a liberdade de expressão de escolher ou não alguma religião ou algum "Deus" que possa comandar a sua vida. As pessoas podem muito bem tentarem experimentar a experiência divina em suas vidas, assim como um cientistas que prova suas hipóteses por uma longa vida e só no final descobrir suas implicações, embora isso possa ser um placebo religioso. O fato é que a ciência vai continuar sem Deus ou com Deus, e as pessoas também tem a liberdade para tal. Cada uma, a ciência a religião, podem viver sem conflitos, desde que seus objetivos filosóficos não entrem em conflito. Talvez em um futuro próximo uma delas possa se fortalecer em relação a outra, mas eu já tenho a minha aposta certa.  Se há algo no Universo que possa ser chamado de Deus, ainda não podemos saber. Até lá, continuaremos pensando.
Texto adaptado da autora Nancy Ellen Abram, do original: npr.org
Veja a parte 1 aqui.
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11 paradoxos que vão dar o que pensar

Paradoxos existem desde o tempo dos gregos antigos e o crédito de popularizar deles vai para os lógicos recentes. Usando a lógica normalmente você pode encontrar uma falha fatal no paradoxo que mostra por que o aparentemente impossível é possível ou todo o paradoxo é construído sobre o pensamento falho. 
Só uma coisa: se estiver com hora marcada para alguma coisa, não discuta um desses problemas com ninguém.
A conversa certamente vai se prolongar e você vai se atrasar. Além disso, pode ser divertido trabalhar os problemas em cada um dos 11 paradoxos mostrados aqui. Se você fizer isso, envie as suas soluções ou as falácias nos comentários.

11. Paradoxo da Onipotência (paradoxo da Pedra)

345459129 Ee74E86CeaO problema da onipotência é um dos argumentos mais antigos contra a existência de Deus, tendo sido discutido por filósofos como Averróis. “Deus é capaz de fazer uma pedra tão pesada que nem ele possa levantar”? Nessa questão reside um paradoxo de discussão interminável. É muito simples: se ele pode tudo, tem que ser capaz de também fazer essa pedra. Mas se isso for verdade, ele não é capaz de tudo, porque não pode levantar a pedra que ele mesmo criou.

10. Paradoxo dos grãos de areia

A1 Sand Pile1Um grão de areia não poder ser considerado um monte de areia, certo? Bem, considere a seguinte situação: um milhão de grãos de areia faz um monte, correto? Agora, esse monte de areia menos um grão continua sendo um monte, não é? Se tirarmos mais um, ainda assim é um monte, certo? Então, repetindo essa operação por várias e várias vezes, chegaremos ao ponto em que haverá apenas um grão de areia, e esse grão de areia será também um monte. A questão é: quantos grãos de areia fazem um monte?

9. Paradoxo dos números interessantes

Numbers1250985368Imagine um conjunto qualquer de números naturais. Pense neles como “interessantes” (que tenham alguma característica relevante, como ser o primeiro número primo, ser o maior do conjunto, o menor, qualquer característica) e “desinteressantes”.
A premissa é a seguinte: é impossível haver números desinteressantes. Pelo seguinte motivo: suponha que você separa, em um conjunto, os números interessantes dos desinteressantes. Entre os desinteressantes, certamente haverá o menor de todos, o menor dos desinteressantes. Assim, ele tem uma característica relevante, e passa para o grupo dos interessantes. Então, o que era o segundo menor dos desinteressantes passa a ser o menor, portanto, é também relevante, e passa aos interessantes. Assim vai até que não haja mais nada no conjunto dos desinteressantes.


8. O paradoxo da flecha ou de Zeno

1882277-MdPara um objeto se mover, sua posição no espaço deve mudar, certo? Pois bem, esse paradoxo do filósofo grego Zeno ou Zenão de Eleia (495 a.C – 430 a.C) diz que os objetos não se movem. Considere um instante como uma fotografia, cada espaço de tempo é uma fotografia na qual o objeto está parado. O exemplo usado por Zeno é o de uma flecha voando pelo ar. Se pudéssemos pegar o máximo de fotografias possíveis durante o movimento, em todas elas o objeto está parado, ou seja, ele jamais se moveu.

7. Paradoxo de Aquiles e a Tartaruga


Achilles Tortoise
Mais um paradoxo relacionado aos gregos, e mais uma vez sobre movimento. Aqui a situação é essa: imagine que o guerreiro Aquiles vai apostar corrida contra uma tartaruga. Aquiles dá à tartaruga uma vantagem de 30 metros. O paradoxo diz que Aquiles jamais conseguirá ultrapassar a tartaruga, pela seguinte razão: Quando Aquiles percorrer esses 30 metros, a tartaruga terá percorrido, digamos, 3 metros. Assim, quando Aquiles chegar aos 30 metros, que foi o ponto inicial da tartaruga, ele terá ainda que percorrer a distância que o separa da tartaruga para alcançá-la. Quando ele percorrer esses 3 metros adicionais, no entanto, ela já terá percorrido mais um metro, por exemplo. Se seguirmos essa lógica, Aquiles nunca poderá ultrapassar a tartaruga. Porque, sempre que ele chegar ao ponto em que a tartaruga estava quando ele atingiu o ponto anterior dela, ela já terá andado um pouquinho mais.

6. O paradoxo da indecisão

Usa Deliberations Of Congress
O paradoxo original é de autoria, segundo consta, de Aristóteles, mas foi “oficializado” pelo filósofo Jean Buridan no século XIV. Eis a história: um burro, quase morrendo de sede e fome, encontra, ao mesmo tempo, uma tigela de água e um monte de feno. Indeciso, ele fica ponderando sobre qual a decisão a tomar: se mata primeiro sua sede para então matar a fome, ou vice versa. Ele morrerá de ambas as coisas antes que consiga tomar uma decisão final.



5. Paradoxo do enforcamento surpresa

Noose2-1Um homem condenado à forca é sentenciado da seguinte forma: ele será executado em um dos dias de semana seguinte (um dia de semana), ao meio-dia, mas será uma surpresa. O juiz afirma que ele não saberá qual o dia do enforcamento até o instante em que, ao meio-dia, o carrasco baterá à porta de sua cela. Ao ouvir isso, o condenado começa a refletir, e chega a uma maravilhosa conclusão: ele não poderá ser executado! Pelo seguinte motivo: ele começa concluindo que o enforcamento não pode ser numa sexta. Se ele não acontecer até quinta, significa que só poderia ser na sexta, ou seja, não será uma surpresa para ele. Assim, o enforcamento só pode acontecer entre segunda e quinta. Daí, ele usa o mesmo raciocino: se chegar quarta-feira à noite e ele não for executado, não poderá mais. Porque sexta é impossível, e quinta, sabendo disso, não será também uma surpresa. Com quinta-feira descartada, só lhe restam segunda, terça e quarta, e o mesmo raciocínio é aplicado, até que o enforcamento não possa acontecer. Confiante, ele vai para a cela convencido de que não poderá ser enforcado. Quarta-feira, ao meio-dia, o carrasco bate à porta. Como ele estava crente que não seria executado, foi uma surpresa: o juiz não mentiu.

4. Paradoxo do barbeiro

75008 Barber ShopImagine uma pequena cidade aonde há apenas um salão de barbearia. Nem todos os homens da cidade vão ao barbeiro, assim, a população masculina da cidade pode ser dividida em dois grupos: os que se barbeiam sozinhos e os que vão ao barbeiro. Logo, assumimos que o barbeiro faz a barba de todos os homens que não barbeiam a si mesmos, certo? Mas aí caímos no seguinte paradoxo: o barbeiro faz ou não faz a sua própria barba? Se não fizer, ele (como “consumidor”) deve fazer a própria barba, ou seja, ele faz a sua barba! Mas se ele faz a própria barba, sua pessoa (como consumidor) entra no grupo dos que não fazem a própria barba (por isso vão ao barbeiro). Assim, se ele faz a própria barba, ele não faz a própria barba! Pense, pense…

3. Paradoxo da imortalidade de Zeus

Epimênides (cerca de 600 a.C) assegurava que Zeus era imortal. E afirmava isso com o seguinte poema:
Homer2 Of Epimenides Typus-1Formaram uma tumba para ti, ó santo e elevado

Os cretenses, sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos!

Mas tu não és morto, tu vives e permaneces para sempre,

Pois em ti vivemos, nos movemos e temos nosso ser.


Ele chamava todos os cretenses de mentirosos. Mas ele próprio também era cretense. Assim, surge o paradoxo: se todos os cretenses são mentirosos, ele também é. Mas ele disse que todos são mentirosos. Se ele também é, isso é uma mentira, então todos são verdadeiros. Mas se todos são verdadeiros, ele também é (porque é um cretense). Mas ele disse que todos são mentirosos… e assim continua até você desistir de achar a solução.

2. Paradoxo do pagamento de Protágoras

Sucourt800O Filósofo Protágoras (492 a.C) estava instruindo um discípulo, Euatlo, a arte da retórica e argumentação, para falar aos tribunais. Para comprovar a eficácia dos ensinos de Protágoras, eles fizeram o seguinte acordo: se Euatlo vencesse seu primeiro caso no tribunal, ele pagaria o preço do ensino a seu mestre; caso contrário, não pagaria. Aí, Protágoras fez o seguinte: processou Euatlo pedindo a quantia estipulada. Protágoras afirmou que ele seria pago de qualquer jeito. É claro, se Euatlo fosse derrotado no tribunal, teria que pagar a indenização, mas se vencesse, pagaria o preço de acordo com o trato feito. Aí, Euatlo replicou, dizendo o contrário: que não poderia pagar de jeito nenhum. Ora, se vencesse o julgamento, este dizia claramente: Euatlo não deve pagar Protágoras. Por outro lado, se Protágoras vencesse o caso, Euatlo não deveria pagá-lo, porque o acordo diz que Euatlo só precisa pagar seu mestre se vencer no tribunal.

1. Paradoxo do conflito ou Omnipotência

Cropped-Domokun1024ByandidasO que acontece quando uma força irresistível encontra um objeto inamovível (irremovível)?  Não há solução, certo? Pelo menos uma dessas duas coisas não pode existir. Como um exercício de lógica, esse raciocínio poderia ser considerado. Do ponto de vista físico, no entanto, é inconcebível. Por um lado, até mesmo uma força minúscula causa alguma aceleração em um objeto. Por outro lado, uma força irresistível iria requerer energia infinita, e isso não existe no universo.

BÔNUS: O Paradoxo de Olbers
Esse é para ficar pensando até enjoar. Fala sobre até onde chega a nossa visão do universo. Compare o espaço sideral (e considere ele como aquilo que nós vemos ao olhar para o céu à noite) com um campo de girassóis, por exemplo. Se o final desse campo de girassóis está além da sua visão, o que você vê? Bem, no começo você consegue ver cada girassol individualmente, mas à medida que a visão vai se afastando você passa a ver somente uma massa amarela, não é? Agora pense no universo: também não existem inúmeras estrelas além da Terra, todas elas emitindo uma luz branca? Se for assim, porque também não vemos uma massa completamente branca no céu?

Olberparadox-1Por isso, foi criada a teoria de que, de qualquer ponto do planeta, a nossa visão vai até a superfície de cada estrela. Assim, o que nós enxergamos ao olhar para o céu é um conjunto de incontáveis visões, cada uma delas indo até a superfície de determinada estrela (se todas elas se prolongassem pelo infinito, não deveríamos ver uma massa branca?). Mas a questão que permanece é: como isso pode ser verdade? Como é possível enxergar cada estrela somente até onde ela começa, e não além disso?

[Litverse]
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"Deus" é uma palavra. Se nós o definirmos, mesmo inconscientemente, como algo que não pode existir no nosso universo, vamos banir a ideia de Deus da nossa realidade e jogar fora toda possibilidade de incorporar uma potente metáfora espiritual em uma panorama verdadeiramente coerente. Mas se levarmos a sério os confiáveis — e, então, inestimáveis — conhecimentos científicos e históricos, que agora possuímos, nós podemos redefinir um Deus de uma forma radicalmente nova e poderosa que expande o nosso pensamento e poderia ajudar a motivar e unir-nos em uma era perigosa que a humanidade está adentrando.


Por mais de 30 anos, ocorreu uma das mais emocionantes revoluções científicas do nosso tempo, a revolução na cosmologia. Na década de 1970, o grande mistério cosmológico foi este: se o Big Bang foi simétrico em todas as direções, por que o universo em expansão hoje não é apenas uma sopa maior de partículas? Em vez disso, lindas galáxias elípticas e espirais estão espalhadas, mas não aleatoriamente; Elas posicionam-se ao longo de filamentos invisíveis, como glitter jogado em linhas de cola. Onde se cruzam vários filamentos grandes, formaram-se grandes aglomerados de galáxias. Mas por que? O que aconteceu com a sopa primordial? De onde veio toda essa estrutura?

Joel R. Primack, é um dos criadores da teoria da matéria escura fria, que responde a essas perguntas, dizendo-nos que tudo o que os astrônomos vêem — incluindo todas as estrelas, planetas e brilhantes nuvens em nossa galáxia e todas as galáxias distantes de gás — é menos da metade de 1% do conteúdo do universo. O universo acaba por ser quase inteiramente feito de duas presenças dinâmicas, invisíveis, desconhecidas e inimagináveis até o século XX: Matéria escura (matéria invisível que não é feita de átomos ou as partes de átomos) e de energia escura (a energia, causando a aceleração da expansão do Universo). Elas estiveram em competição uma com a outra por bilhões de anos, com a gravidade da matéria escura puxando matéria comum (atômica, bariônica) e a energia escura arremessando espaço separados, em um jogo de empurra e puxa. Sua interação cósmica com a matéria comum tem tecendo as galáxias visíveis e, assim, criado a possibilidade para a evolução dos planetas e a vida.

Ao longo das décadas, a medida que dados estavam surgindo, confirmando essa história com telescópios e satélites, surgia uma pergunta: o que significa para nós seres humanos não estamos vivendo no universo que pensávamos que estávamos vivendo

Hoje, os astrônomos em todo o mundo aceitam a teoria dupla escura como a história moderna do universo, mas eles não responderam a esta questão.

Deus tem de fazer parte de nossa compreensão do universo? 

Não. Mas se os cientistas disserem ao público que eles têm de escolher entre Deus e a ciência, a maioria das pessoas vão escolher a Deus, que conduz à negação, hostilidade para com a ciência e a incoerência mental profundamente perigosa na sociedade moderna que promove depressão e conflito. Enquanto isso, muitos daqueles que escolhem ciência encontram-se sem nenhuma forma de pensar que pode dar-lhes acesso ao seu próprio potencial espiritual. O que precisamos é uma panorama coerente que é totalmente consistente — e até mesmo inspirado — com a ciência, que forneça uma maneira poderosa de repensar em um Deus que traz benefícios humanos e sociais sem a tal da fantasia. 

Como conseguimos isso?

A ciência pode nunca nos dizer com certeza o que é Deus na verdade, já que há sempre a possibilidade de que algumas descobertas futuras irão descartá-lo. Mas a ciência pode muitas vezes nos dizer com certeza que não é verdade. Ela pode descartar o impossível. Galileu, por exemplo, mostrou, com seu telescópio, que a imagem medieval da Terra como o centro das esferas celestiais de cristal não podia ser verdadeiro, mesmo que ele não pudesse provar que a Terra se move em torno do sol. Sempre que os cientistas produzem as provas que convincentemente eliminam o impossível, não adianta mais discutir. Está tudo acabado. A graça está em aceitar e recalcular. É assim que a ciência avança.

E se nós pensarmos assim com Deus? E se nós levarmos a evidência de uma nova realidade cósmica a sério e tornarmos dispostos a descartar o impossível? O que restaria?

Podemos ter um verdadeiro Deus se pudermos largar o que o torna irreal. Só serei interessado em Deus se este for real. Se não for real, não há nada para falar. Mas não digo real como uma tabela, ou um sentimento, uma pontuação de teste ou uma estrela. Estes são reais na experiência normal na Terra. Digo real no quadro científico do nosso universo duplo escuro, nosso planeta, nossa biologia e nosso momento na história.

Estas são características de um Deus que não podem ser verdadeiras:
  1. Deus existia antes do universo;
  2. Deus criou o universo;
  3. Deus sabe de tudo;
  4. Deus controla tudo o que acontece;
  5. Deus pode optar por violar as leis da natureza.

A autora Nancy Ellen Abrams explica em seu livro, Um Deus que poderia ser Real, que fisicamente cada um desses itens acima é impossível (emboras leitores científicos deste blog precisam saber disso. O ponto que a autora quer fazer aqui é que esta lista praticamente concorda com razões por que a maioria dos ateus dispensa  a existência de Deus.  Nós apenas declaramos que o que Deus não pode ser. Não pensamos ainda o que Deus poderia ser.

A autora ainda continua:

"Nós todos crescemos tão mergulhados em alguma tradição religiosa,  que nós já aceitamos. É difícil de entender que a oportunidade de redefinir Deus realmente está em nossas mãos. Mas é, e a maneira como fazemos isso desempenhará um papel de liderança na definição do futuro do nosso planeta.

Para mim, esta é a pergunta chave: poderia realmente existir neste universo algo que seja digno de ser chamado de Deus? Minha resposta é sim."

Veja a continuação desse polêmico artigo na parte 2.

Artigo original por Nancy Ellen Abrams, traduzido de npr
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Na longa lista de medos modernos, alienígenas sanguinários estão longe de se classificar perto do topo. Temos mais preocupações imediatas, como o terrorismo, bioengenharia (ou não), epidemias globais, holocausto nuclear e desastres naturais.


No entanto, a noção de que outras inteligências existem lá fora no universo é onipresente na cultura popular. Espelhando nossa própria história, em particular explorações coloniais, alienígenas são frequentemente retratados como invasores do mau empenhados em vir aqui para causar estragos.

Quão realistas são esses cenários, dado o que sabemos até agora sobre astronomia e a possibilidade de vida em outros mundos?

Stephen Hawking, entre outros, sugeriu que nós devemos ter muito cuidado com os alienígenas agressivos —  na verdade, devemos ser tão furtivos quanto possível, para que não revelemos a nossa presença e localização aos ETs predatórios em nossa vizinhança cósmica.

Existem três partes para isto. A primeira diz respeito à existência de outros mundos com condições habitáveis — isto é, que pode abrigar vida tal como a conhecemos. Graças aos esforços dos muitos caçadores planeta lá fora, em particular os resultados notáveis da missão do Kepler da NASA, agora sabemos que a maioria das estrelas têm planetas ao seu redor. Milhares desses planetas foram identificados e, entre estes, vários têm propriedades similares à terra: rochosos e dentro da zona habitável de sua estrela principal. Embora a maioria destes orbita pequenas e frias estrelas anãs de classe M, onde as condições de vida podem ser muito duras, com efeito, o fato é que nós devemos esperar alguns mundos como a terra a uma distância de cerca de 1.000 anos-luz ou algo assim.

Se qualquer um desses mundos potencialmente habitáveis são, na verdade, capazes de abrigar vida, é outra história. Nas próximas décadas, com esforços combinados do telescópio espacial James Webb e a missão em trânsito Exoplanet Survey satélite (TESS), bem como missões da Agência Espacial Europeia, devemos saber melhor quão raros são tais planetas como a Terra e, com sorte, termos uma ideia aproximada de sua composição atmosférica. Poderemos saber se suas atmosferas tem alguns dos ingredientes certos para abrigar vida. (Há, no entanto, várias deficiências potenciais com essas missões. Para uma muito boa revisão da situação, consulte Lee Billings recente artigo na Scientific American.)

Mas vamos ser generosos e conceder que existem outros planetas como a Terra lá fora com as condições para a vida. Então chegamos a segunda parte da questão: a existência de vida e, mais a fundo, de formas de vida complexas em um ou mais desses mundos. A vida surgiu e se enraizou aqui rapidamente sobre a terra, apenas alguns 400 milhões de anos após condições fixadas em cerca de 3,5 bilhões anos atrás. Ela pode ter surgido mais cedo; Ainda não sabemos. Esta é uma boa notícia para a vida em outro lugar: se ela emergiu rapidamente aqui, não pode ser tão difícil. Mas, na verdade, não sabemos como é difícil para a vida a emergir.

Pelo valor nominal, a transição da não-vida para a vida parece incrivelmente complexa. Mas mesmo que seja bastante fácil, o que acontece a seguir é crucial: para ir de uma vida simples, consistindo de organismos unicelulares, de vida complexa exige uma série de eventos extremamente improváveis. E a improbabilidade não está apenas nas mutações biológicas e vias metabólicas que precisam ser apuradas, mas também no casamento da vida com o planeta como um todo. Nós não podemos entender a história da vida em um planeta sem entender a história do planeta; os dois andam de mãos dadas.Isto significa que, para a vida a emergir em um planeta, é diferente para a vida evoluir no planeta em um caminho em direção a complexidade crescente. 

Não há nada na evolução que nos diz que, uma vez a vida, ela se tornará cada vez mais complexa. O que a evolução nos diz é que a vida é uma luta constante para a adaptação, a teoria de Darwin da seleção natural. Estas mutações acidentais que levam a melhor adaptação de formas de vida não implica que essas formas de vida serão cada vez mais complexas. Em outras palavras, encontrar vida em outro planeta está muito longe de encontrar formas de vida complexas, multicelulares, muito menos vida inteligente. Na verdade, inteligência concede um benefício enorme para a adaptação (vantagem seletiva), como vemos aqui. Mas não é uma condição necessária para a adaptação. Devemos lembrar que dos 3,5 bilhões de anos que existiu vida na terra, só estamos aqui há cerca de 200.000 anos.

Mas, novamente, vamos ser generosos e conceder que existem formas de vida inteligente em um ou mais mundos dentro de alguns milhares de anos luz de nós. Devemos temê-los? Esta é a terceira parte da questão. Não temos absolutamente nenhuma ideia de que tipo de mentes com tais inteligências teriam — e qual estágio tecnológico eles teriam alcançado. O que sabemos é que eles ainda não estão aqui. Ou, se eles já vieram, eles se foram sem deixar pistas. (A não ser, claro, que nós sejamos suas criações, um tópico para outro artigo.)

Existem quatro condições que precisam ser satisfeitas para começarmos a temer nossos vizinhos alienígenas distantes. Os extraterrestres devem:

1. Desenvolver tecnologias que lhes permitem viajar ou enviar sondas direcionadas através de distâncias interestelares;
2. Ter nos visto como um destino desejável;
3. Ter a intenção de explorar o espaço em torno deles (eles não podem compartilhar o mesmo tipo de sede por viagens como nós);

A busca por inteligência extraterrestre é uma obrigação. Vamos encontrá-la se nós olharmos. No entanto, tendo em conta os argumentos acima, devemos estar muito confiantes de que, mesmo se eles existam — e isso é um enorme se — eles são muito remotos. Pelo que sabemos agora de viagens espaciais e todas as suas dificuldades — combustível, velocidade, blindagem de radiação — tendo os alienígenas as tecnologias para superar tudo isso, eles deveriam provavelmente terem tecnologias que teriam nos achado há muito tempo, por exemplo, analisando a composição atmosférica ou, se eles estiverem mais perto de 50 anos-luz, detectando nossos sinais de rádio e transmissões de TV.

Estamos seguros, pelo menos, deste tipo de ameaça. Melhor concentrarmos em outros problemas mais urgentes.

Texto original de Marcelo Gleiser.
Traduzido de npr blog
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