NASA revela a imagem mais profunda em infravermelho e de maior resolução do Universo, feita pelo mais poderoso telescópio já construído, o Telescópio Espacial James Web.
A divulgação da imagem ocorreu nesta segunda (11) e contou com a participação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e a vice-presidente, Kamala Harris.
“Desde o início da história, os humanos olharam para o céu noturno com admiração e, graças a pessoas dedicadas que trabalham há décadas em engenharia e em maravilhas científicas, podemos olhar para o céu com uma nova compreensão”, disse Kamala Harris, durante a transmissão ao vivo.
Apelidada de “Primeiro Campo Profundo do Webb”, a imagem oferece uma visão que analisa até 13 bilhões de anos no passado do nosso universo, obtida a partir da luz fraca e gravitacionalmente deformada de galáxias antigas. Este é o aglomerado de galáxias SMACS 0723 está repleta de detalhes.
Milhares de galáxias – incluindo os objetos mais fracos já observados no infravermelho – apareceram na visão do Webb pela primeira vez. Esta fatia do vasto universo cobre um pedaço de céu aproximadamente do tamanho de um grão de areia segurado no comprimento de um braço por alguém no chão.
Este campo profundo, obtido pela Near-Infrared Camera (NIRCam) do Webb, é uma composição feita a partir de imagens em diferentes comprimentos de onda, totalizando 12,5 horas de tempo de exposição – alcançando profundidades em comprimentos de onda infravermelhos além dos campos mais profundos do Telescópio Espacial Hubble, o que levou semanas.
A primeira imagem de campo profundo do JWST mostra o aglomerado de galáxias SMACS 0723. (NASA, ESA, CSA e STScI
O infravermelho é atualmente a melhor ferramenta que temos para vasculhar os confins muito distantes do espaço. Espera-se que o Webb veja mais no espaço-tempo do que jamais conseguimos alcançar antes, esperançosamente, para revelar detalhes novos e importantes sobre como o Universo começou.
Outro fator importante e perceptível na imagem é que muitas galáxias parecem distorcidas devido ao efeito de lente gravitacional: a luz das galáxias mais distantes é distorcida pela curvatura do espaço-tempo dos aglomerados de galáxia no primeiro plano, mais próximas.
O Telescópio mais poderoso da história
Cerca de 100 vezes mais poderoso que o Telescópio Espacial Hubble, o observatório espacial de US$ 10 bilhões foi lançado para um local gravitacionalmente estável além da órbita da lua – conhecido como ponto de Lagrange – em dezembro de 2021.
O Telescópio Espacial James Webb (JWST) é o mais avançado telescópio espacial já construído, com a capacidade de espiar dentro das atmosferas de exoplanetas distantes e ler o capítulo mais antigo da história do universo em seus mais fracos vislumbres de luz – que foram esticados para frequências infravermelhas de bilhões de anos de viagens através da expansão tecido do espaço-tempo.
Este é um pequeno spoiler das imagens que serão divulgadas nesta terça-feira (12), a partir das 10:45h (horário de Brasília). Ao todos, mais quatro objetos serão mostrados em detalhes nunca antes vistos: nebulosa Eta Carinae, o exoplaneta WASP-96 b, a nebulosa planetária NGC 3132 e o Quinteto de Stephan.
Esse é o primeiro passo para as maravilhas científicas (e por que não dizer, artísticas) do James Webb.
Você pode baixar a imagem em alta resolução aqui